A aldeia de sentimentos
Às vezes, há sol
às vezes, há sombra,
melancolia e desalento
sem saber o porquê,
vejo no vento
um pássaro a voar livre
tocando delicadamente
suas patas sobre um rochedo
Sentindo a brisa débil
da sua liberdade,
a vida que surge plena
saborosa, leve
de braços abertos,
o recebe,
grandiosa, farta
e inquieta
Às vezes, nada disso
te apazígua,
às vezes, é a casa da alma
acolhendo os mais
sublimes sentimentos,
em esperança, resignação
e introspecção, um ninho
de calor e invisibilidade,
Às vezes, só se quer sumir
e passar despercebido,
enquanto se cura do mundo,
enquanto cura os sentidos
às vezes, a perdição,
é não saber para onde ir,
não dói mais,
mas também não alegra
Anestesiado segue rumo
ao inesperado
surdo, cego, sem emoção
em total resignação
com tamanha indiferença
nem se nota a presença,
compondo em notas musicais
as dores não sentidas, apenas vividas
e ouvidas por pessoas
tocadas pela mesma canção,
E que também não sabem
expressar a emoção
do que sentem, do que clamam
e nem do que toca
o seu coração,
apenas seguem seus caminhos
em total resignação.
