A espera
Viverei por toda a minha vida
A eterna desventura em te esperar
E com um sorriso largo irei dizer
Que só na sua presença hei de abrandar
Eu sei que o tempo passa para todos
Mas não irá passar o meu amor
Que as suas carícias traduzem em esplendor
O seu olhar recordo e tira a dor
Que sinto eu meu peito devastado
Pela procura do meu bem-amado
Que foi embora e nunca mais voltou
E num vazio intenso me deixou
Em mim, as esperanças morrem frias
Sepultas em orvalhos da manhã
Que observo em profunda solidão
Perdido em comiseração
Da vida e deste pobre coração
Que espera e sempre hei de esperar
Uma notícia sua há de mandar
Ferida que na alma reverbera
Um errante neste mundo a contar
As flores que anunciam novamente
Que outra primavera há de chegar!

