Metamorfose
Nem sempre sou a mesma quando escrevo,
Ás vezes sou poesia, ás vezes medo
A vista que em mim sempre se atreve,
Em dizer a toda gente o que se sente
Na doce rebeldia de um inocente,
Ás vezes sou o sol que lhe aquece
Ás vezes o inverno que arrefece,
Sinto-me um pedaço do universo
Quando componho em meu âmago entregue,
Que vibra e perece controverso
Quando demonstro ser alguém sempre alegre
De mim já fiz nobres dores
Que eram pequenos dissabores,
Mas para convencer a quem amava
Tive que fingir que me arrasava,
Nem lembro e tão pouco me importei
Tão intensa era a dor que me servia,
Só perdi o que sempre desejei
Com goles de veneno a cada dia,
Quem sofre nunca tem belas mortes
Apenas findou seus tormentos,
E deixa para um mundo as memórias,
Na beleza de seus sentimentos.
