O poeta

Se engana quem pensa que o poeta
É um ser humano qualquer,
Que vive como nós vivemos,
No meio da ralé,
O poeta é um ser quase angelical
Vive num eterno devaneio
E não é nada normal,
 
O poeta pensa que é mágico
Que haure as palavras do universo

Que tem as respostas certas,
Mas está sempre disperso!
Vive absorto em seus sonhos,
Escravo dos seus pensamentos
Abstrato em seu próprio tempo,
 
É tudo, menos sem sentimento
O poeta anda sempre perdido,
Orbitando em seu próprio mundo
Movendo-se entre as palavras,
Em coma, num sono profundo
O poeta vislumbra sempre uma inspiração,
Inspira-se no que não se vê
 
Mas que com os olhos da alma
Dispõe-se sempre a escrever,
Dizem que o poeta é um grande covarde,
Que se afugenta em outra dimensão
Para fugir da realidade,
Tem que estar em conexão
Com muitas deidades
 
Escrevendo os seus próprios pecados
Em orações cuidadosas,
Convencendo a quem lê
De que é uma alma bondosa,
Mas no fundo, o poeta é apenas…
Um homem de muita fé,
O poeta, tem outra anatomia,
 
Não tem rins ou pulmão,
Apenas um coração
Que bombeia sangue e respira,
Mas sofre a desilusão
De no poeta viver,
Forçado a sobreviver
Em tanta condenação
 
É que o poeta precisa,
Para ter sua inspiração
Viver num mundo só dele,
De luto e sofreguidão.

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