Severina do sertão

Passada a bela Severina,
Que tão pouco da vida lhe serviu
Fez na terra mantimento,
E na família fez plantio

Oh, querida Severina,
De tanto as mãos calejadas
Serviste seu povo com a alma,
E aos sertões com sua enxada

Trataste seus filhos a pão,
Deste-lhes o que comer
Ceifava as ervas da vida,
Sentia a dor lhe arder

Mas sabia que a passarada,
Amanhecia a lhe dizer
Que a vida corria ao lado,
Dos que sabiam vencer!

No sofrimento do seu sertão,
Pedia a Deus pela chuva
Bradava seu pranto em vão,
E logo ficaste viúva

Com os filhos de braços dados,
Só tu mesma se bastava
Sabia que homem nenhum,
Nesta vida lhe faltava

Foste tu, nobre Severina,
Que na história escreveste o nome
As veredas são sua sina,
Bem-aventurança era seu sobrenome !

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